segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Dieta Alfabética

Certa vez, quase morri
Sufoquei minha respiração
Com um EU TE AMO colossal
Preso na minha garganta

Eu tento não engulir mais palavras
Sopro-as
Cuspo-as
Vomito-as
Mesmo assim ainda me fazem mal

Sempre que as sopro
Derrubo pessoas erradas
Sempre que as cuspo
Sujo um rosto limpo
Sempre que as vomito
Sujo meus próprios pés

Mas assim será
Não consigo mais digerí-las
Sou vítima de um câncer alfabético
Por medo de errá-las
Guardei-as comigo intimamente demais

Análogo de Chronos

O tempo...
Que me consola
Que me levanta
Que me ensina
Que me corrige
Que me resolve
Que me escuta
Será o tempo um deus?
Que na minha solidão
Tem sido meu ombro amigo?
Eu sei que o tempo sempre passa
Mas enquanto eu ainda tiver tempo
Seguirei sem medo de cair
Sem medo dos meus erros
Sem medo do castanho do seu olhar
Porque para você, o tempo há de me deixar cego
Sem medo do que sua boca irá dizer
Porque para você, o tempo há de me deixar surdo
Ficarei leproso ao seu toque
Insípido ao seus beijos
Só espero o tempo passar
Para que em pouco tempo
Esse tempo chegue

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Mundo Hermético

Contemplo o mundo
Mas não olho ao meu redor
Caminhando a passos tétricos
Vislumbro o futuro
Resultante de um passado hermético
Mas não me assusto
O dragão que pranteia chamas ainda está por vir
Que queimará, de uma só vez
Com tamanha tristeza
Deuses, heroísmos e reis

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Assimetria Sentida

Eu nunca coube nos teus sonhos
Mas sempre foste o maior espaço por mim sonhado
Eu nunca fui tua vontade
Mas sempre foste minha maior veneração
Tu sempre me ignoraste
Eu sempre te afaguei
Choraste no meu ombro
Chorei no meu travesseiro
Larguei meu mundo por ti
Sou a parte do mundo por ti largada
Um dia dia você passará
Um dia eu ficarei
Um dia você voará
No momento em que eu pousarei